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Por ocasião do 3º Congresso Missionário Nacional, a Vida Religiosa Consagrada, deixa sua mensagem a toda a Igreja do Brasil:
“Nós, missionários e missionárias da Vida Religiosa Consagrada, reunidos em Palmas, TO, no 3º Congresso Missionário Nacional, de 12 a 15 de Julho de 2012, queremos compartilhar a síntese de nossas reflexões, realizadas em grupos de estudo e em assembleias.
A partir do tema geral do Congresso “Discipulado Missionário, do Brasil para o mundo secularizado e pluricultural à luz do Vaticano II”, refletimos sobre: quem somos nós, Vida Religiosa, no mundo globalizado, secularizado e pluricultural; os desafios para a Vida Religiosa missionária: a Missão Ad Gentes; as Novas Fronteiras da Missão; Intercongregacionalidade e Interinstitucionalidade e Formação Missionária Permanente.
Nós, religiosos e religiosas, somos pessoas que, a partir do nosso ser, atuando em comunidades, nos deixamos interpelar pelos desafios constantes do atual mundo pluricultural e secularizado, mas também, movidos pela esperança, vislumbramos horizontes de diálogos diversificados que nos possibilitam a fidelidade à nossa consagração.
Esta fidelidade passa pela aproximação, pela escuta e pelo reconhecimento do rosto de Cristo nos rostos dos crucificados de nossa época que globaliza a exclusão dos benefícios sociais e atinge aproximadamente dois terços da humanidade.
Para nós, na Missão, tanto os sujeitos quanto os destinatários são interlocutores. Por isso, partilhamos nossas riquezas e fragilidades, nossas alegrias e dores, nossos sonhos e esperanças. É justamente essa partilha que nos edifica e nos encoraja para construir uma nova maneira de ser e de viver eclesia e socialmente.
Para renovar nossa fidelidade a Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a ser: uma presença alternativa, a manifestar nossa indignação profética diante das injustiças e a sermos um sinal de esperança diante de tantos sofrimentos.
Estamos presentes entre muitos sofredores, entre os quais: sem teto, sem terra, os que vivem no mundo da prostituição, os que são vítimas do tráfico humano, minorias étnicas, adolescentes e jovens em situação de risco, encarcerados. Porém somos sabedores de que ainda precisamos avançar, pois muitas realidades gritam pela nossa presença e testemunho, tanto em nosso país, como além das fronteiras geográficas, culturais e religiosas.
Estamos convictos de que para darmos respostas aos atuais apelos da missão, necessitamos abrir-nos à intercongregacionalidade, à interinstitucionalidade e à itinerância. Elas nos tornam mais livres e próximos, além de mais pobres e solidários, resgatando nossa identidade religiosa e missionária.
Queremos ser sinal de contradição para questionar os contravalores que desfiguram a vida humana e degeneram a criação para recuperar a proposta do Reino de Deus revelada em Jesus de Nazaré.
Assim nos compreendemos as missionárias e missionários da Vida Religiosa Consagrada: “A loucura que Deus escolheu para confundir o mundo…” (cf. I Cor 1, 18-31). Por isso, de olhos fixos em Jesus e sensíveis aos sinais dos tempos, reafirmamos nosso compromisso com a construção de uma vida digna para todos e todas e para a criação”.