Toda a Vida Consagrada é dom, chamado e um “presente” de Deus para a Igreja, para o mundo. É como bênção, vida plena derramada sobre a terra. É o olhar de Deus e sua presença em meio à humanidade e toda criação.
Assim, todo dom e graça deve ser bem recebido e doado aos irmãos, como a luz que não pode ficar escondida e como os talentos que não podem ser enterrados, mas devem produzir frutos, a fim de que o Reino de Deus se firme e cresça.
A Igreja, de modo especial, tem empenho e zelo para com os filhos que consagraram e consagram sua vida ao Senhor e O seguem pelo caminho dos conselhos evangélicos. Para isso, organiza sua maneira de viver, como comprovam os vários escritos e documentos dos Papas, Concílios, os Santos Padres, a História da Igreja e a orientação da disciplina canônica até nossos dias.
Desde o início do Cristianismo, a Igreja orientou a doutrina pelo exemplo de Cristo (3) e dos Apóstolos, a fim de conduzir os discípulos do Senhor para uma vida de perfeição, propagou este convite à consagração a Cristo, para os conselhos evangélicos. Esse estado de vida floresceu com o tempo e foram sendo designados por nomes diversos, como ascetas, continentes, virgens etc.
Fiel a Cristo e sempre coerente consigo mesma, a Igreja, sob a ação do Espírito Santo, ao longo dos séculos elaborou a disciplina do estado de perfeição até a promulgação do Código de Direito Canônico (1917), (n.3).
Continuamente vivificada pela graça do Espírito Santo, a Igreja acompanhou também no terreno da legislação esse caminho que a Providência divina indicava, de modo a solidificar seus alicerces dado que a Igreja é sociedade hierarquicamente constituída e organizada.
Essas sociedades que foram surgindo, foram bem examinadas e aprovadas em sua forma e organização pelo Magistério eclesial, sendo seu instituto e estatutos repetidamente examinados, não só do ponto de vista doutrinal e abstrato, mas também do ponto de vista da experiência concreta (10).
Conforme afirma o n. 11 da Provida Mater Ecclesia, o aumento destes Institutos mostrou sempre mais claramente a ajuda eficaz que podiam dar à igreja e às almas. Pois, “eis os campos aos quais se podem aplicar e dedicar estes Institutos: viver autenticamente em todo o tempo e lugar a vida de perfeição; abraçá-la em casos em que a vida religiosa canônica é impossível ou pouco adaptada; recristianizar as famílias, as profissões, a sociedade, graças ao contato imediato e constante de uma vida perfeita e totalmente entregue à santificação; exercer o apostolado sob variadas formas e desempenhar ministérios que o lugar, o tempo e as circunstâncias proíbem ou tornam impossíveis aos sacerdotes e aos religiosos”.
Desta forma estabeleceu-se a Lei própria dos Institutos Seculares, como afirma o Artigo I: “As Associações de clérigos ou de leigos cujos membros, para adquirir a perfeição cristã e exercer plenamente o apostolado, fazem profissão de praticar no mundo os conselhos evangélicos, recebem o nome especial de ‘Institutos’ ou ‘Institutos Seculares’, a fim de se distinguirem convenientemente das outras Associações comum de fiéis (Código de Direito Canónico, 3’ pane, Livro II) e regem-se pelas normas desta Constituição apostólica.
Esse reconhecimento dos Institutos Seculares, por parte da Igreja, se deu em 02 de fevereiro de 1947, pelo Papa Pio XII. Posteriormente, os Institutos Seculares foram inseridos no Código de Direito Canônico, de 1983.
A Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia estabelece as condições e requisitos para que uma pia Associação de fiéis possa ser elevada a Instituto Secular.
Neste ano de 2022, somos convidados a festejar e damos ênfase à Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia, pois a 75 anos através dela foram reconhecidos e aprovados na Igreja, os Institutos Seculares.
Assim como é importante para os Consagrados Seculares serem reconhecidos pela Igreja, também é importante viver em comunhão com ela e com o Papa. Vivendo em unidade podemos representar verdadeiramente a Instituição a qual pertencemos.
Mantendo sempre vivo o centro da vocação que está na pessoa de Jesus Cristo, nosso modelo, Salvador e Mestre, coerentes e ativos como discípulos missionários, levando a paz em um mundo conturbado e confuso.
A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – CIVCSVA, nos chama a comemorarmos esta data com todo júbilo e em unidade com todos os carismas de Vida Consagrada, dando testemunho e sinal de unidade, comunhão e Sinodalidade.
Desejamos a todos os Consagrados muita fé, força, perseverança, oramos para que o Senhor esteja sempre presente no meio de nós a fim de realizarmos com amor e alegria a Sua vontade.
Aparecida de Guadalupe Cafaro Presidente da CNISB